domingo, 20 de julho de 2008

Sobre Literatura

Sim, literatura é incomodar. Isso chegou ao meus ouvidos sujos de mundo pelas palavras de uma mulher de nome Rayssa Galvão. Sem dúvida. Apesar de ser assim como meu corpo é, nunca formulei dessa forma. Literatura é para incomodar, como uma artéria entupida que causa derramento de sangue sobre toda uma vida dentro de uma massa quente e cerebral, como aconteceu com meu avô. Sim, por isso gosto do vermelho também. Ou uma azia que causa vômito. A vida é vulgar e sangra. Sim, literatura pode ser mesmo isso...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Eu

Sou assim porque sou fogo. Queimo até a morte, quando renasço estático e úmido diante do papel. Gosto das palavras sangue, grito, morte, eco. Escarro palavras, pois preciso; senão morro atrofiado em meus músculos sangrentos. A treva me agrada, assim como a luz intensa que cega. Cegar é bom. Não temo a morte, pois morro todos os dias. Há quem o chama de sono. Brinco com ela, a morte, e a faço viver em meus poemas e pensamentos. Acho a dor a coisa mais eterna que há. Quando escrevo, sangro sangue vermelho-escarlate. (Gosto da palavra escarlate). Sangro, logo vivo. Intensidade me seduz. Meu amor é intenso e não dura muito. Amo com o sol ao dia: queimo até a hora das estrelas. Sexo é lindo. É bonito e suado e eu gosto. Duas pessoas se amando no mais íntimo e último momento. Ambos deixarem-se penetrar um no outro: chamo-o infinidade. Sou vermelho-sangue, azul escuro. Sou intenso porque sou último em mim.