sexta-feira, 18 de julho de 2008

Eu

Sou assim porque sou fogo. Queimo até a morte, quando renasço estático e úmido diante do papel. Gosto das palavras sangue, grito, morte, eco. Escarro palavras, pois preciso; senão morro atrofiado em meus músculos sangrentos. A treva me agrada, assim como a luz intensa que cega. Cegar é bom. Não temo a morte, pois morro todos os dias. Há quem o chama de sono. Brinco com ela, a morte, e a faço viver em meus poemas e pensamentos. Acho a dor a coisa mais eterna que há. Quando escrevo, sangro sangue vermelho-escarlate. (Gosto da palavra escarlate). Sangro, logo vivo. Intensidade me seduz. Meu amor é intenso e não dura muito. Amo com o sol ao dia: queimo até a hora das estrelas. Sexo é lindo. É bonito e suado e eu gosto. Duas pessoas se amando no mais íntimo e último momento. Ambos deixarem-se penetrar um no outro: chamo-o infinidade. Sou vermelho-sangue, azul escuro. Sou intenso porque sou último em mim.

3 comentários:

Patrick Bange disse...

Eu gosto da sua forma de arder nas coisas!

Abraço!

Rayssa Galvão disse...

Bonito. Não sei oq u6e, mas sempre gostei muito de vermelho, essa coisa de cor é esquisita pra mim, os vermelhos todos brilham. Mas gostei bastante do vermelho-branco.
Fora que gosto de blogs simples, essa coisa de eperiquitar layout tira atenção do texto, que é o que tem que ser visto.

Sua descrição é quente, incômoda, como aquela gota de suor que para em cima dos olhos. Adorei, porque literatura é incomodar. Voltarei, com certeza. Boa sorte.

Anônimo disse...

Gosto da forma com que suas palavras me atingem. Ao mesmo tempo que me amedrontam, me atraem profundamente.