Sou assim porque sou fogo. Queimo até a morte, quando renasço estático e úmido diante do papel. Gosto das palavras sangue, grito, morte, eco. Escarro palavras, pois preciso; senão morro atrofiado em meus músculos sangrentos. A treva me agrada, assim como a luz intensa que cega. Cegar é bom. Não temo a morte, pois morro todos os dias. Há quem o chama de sono. Brinco com ela, a morte, e a faço viver em meus poemas e pensamentos. Acho a dor a coisa mais eterna que há. Quando escrevo, sangro sangue vermelho-escarlate. (Gosto da palavra escarlate). Sangro, logo vivo. Intensidade me seduz. Meu amor é intenso e não dura muito. Amo com o sol ao dia: queimo até a hora das estrelas. Sexo é lindo. É bonito e suado e eu gosto. Duas pessoas se amando no mais íntimo e último momento. Ambos deixarem-se penetrar um no outro: chamo-o infinidade. Sou vermelho-sangue, azul escuro. Sou intenso porque sou último em mim.
3 comentários:
Eu gosto da sua forma de arder nas coisas!
Abraço!
Bonito. Não sei oq u6e, mas sempre gostei muito de vermelho, essa coisa de cor é esquisita pra mim, os vermelhos todos brilham. Mas gostei bastante do vermelho-branco.
Fora que gosto de blogs simples, essa coisa de eperiquitar layout tira atenção do texto, que é o que tem que ser visto.
Sua descrição é quente, incômoda, como aquela gota de suor que para em cima dos olhos. Adorei, porque literatura é incomodar. Voltarei, com certeza. Boa sorte.
Gosto da forma com que suas palavras me atingem. Ao mesmo tempo que me amedrontam, me atraem profundamente.
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