quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A Alma do Corpo

Tenho o desejo de morder um pescoço e vê-lo sangrar, sentir com a ponta da língua a textura do corte, o desenho do gosto e subir as mãos nos cabelos e segurá-los com força, com uma quase dor e ouvir um gemido doce, baixo e íntimo de quem sofre de um prazer escarlate e arranhar a pele de umas costas brancas e fazer isso, tudo isso ao mesmo tempo com a intensidade de uma explosão ou de água fervente. Estou eu e estou último. Ardendo nas pontas dos dedos, lambendo o céu dentro deles. A alma e o corpo. Porque eu sou todo um magma que precisa consumir. Vermelha e incontrolavelmente.

Meu amor é perto da morte.

2 comentários:

Luisa Cassini disse...

Amor que não é perto da morte não deve ser chamado de amor. Aliás, um sentimento intenso como esse não tem nome, amor virou eufemismo.
A dor é doce e o sangue tem gosto de mogno.

Ana Carolina disse...

Adoro a intensidade com a qual você escreve!
Machuca, fere, mas tem um gosto de quero mais sempre!
Sinto uma cachoeira de sangue escorrendo pelo meu coração com uma força e ira indescritíveis!