terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Um Sonho

Na verdade passo por aqui para lhe contar um sonho que tive essa madrugada. O que posso adiantar é que o sonho foi tão real, tão cheio de sensações que acordei pensado na hipótese do sonambulismo, ou da hipnose. Acontece que eu me encontrei a sós com uma mulher, a qual nunca havia conhecido. Meus braços, sem que eu pudesse sequer pensar, quando a mirei nos olhos castanhos de madeira, mergulharam por trás dela e a elevaram para fora do chão. Levei-a para o leito, branco e frágil. Daí para frente, o sonho me pareceu meio nebuloso. Cheio de incertezas e jogos com a linguagem dos corpos. Sei que a dança toda me pareceu afundanda em contentamento e coisas indizíveis. Acordei assustado, ainda sentindo sua mão puxar meus cabelos e suas unhas encravadas em minhas costas. Levantei aturdido e perplexo, a respiração acelerada, o coração batendo forte. Sei que ainda pude sentir seu perfume e lembrar a textura de sua pele. Mas acordei. Acordei triste por estar acordando. Olhei o real a minha frente. E senti pena dele. Eu escolho viver o sonho. Para o sonho. Dentro do sonho. Sonhadora e lucidamente.

Um comentário:

Luisa Cassini disse...

Ah, parece um sonho bom. A literatura saiu dessa vez, ao meu ver, quase como um suspiro, coisa rara nesse blog. Coisa que não sái todo dia de você. (E isso é um elogio, pois mostra que você também é organico, não?) É bom quando o sonho fica meio nebuloso (e nós sabemos apenas do que se trata), abre espaço para a imaginação.
Para o sonho, dentro do sonho...!