quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

J. número seis

Não. Não importa. Não importa o quanto tempo estes meus olhos descansem dela. Eles sempre acordam cruelmente quando há J. para se olhar. Deus. Que ódio me dá minha incapacidade de esquecer esta mulher. Que ódio me a fraqueza dos meus olhos que fogem a mim completa e absolutamente. Sinto, ainda, um largo ódio por saber que isso não me escapará assim: como um mormaço em fim de tarde. A noite sequer se aproxima para meu corpo quente. Deus.

Sinto pena do meu amor. Porque estou a viver um daqueles romances semiplatônicos e isso me é de uma funda dor.

Como dizer que meu amor não machuca. Não quer nada para si. Não quer quase nada. Como mostrar isso àqueles olhos, quando meu corpo só consegue ser inflamado quando dela me aproximo.

O que quero é pouquíssimo, J.. E quero dizer que a intensidade com que sinto as coisas não está para nada senão ela mesma. E que minha vontade de viver coisas pequenas e cheias junto ao seu corpo me aleluia. Mas você não está. Você não quer estar. Seus olhos não conseguem sequer encarar os meus. O que há com seus olhos, J.? É o medo? Se ao menos aos olhos eu pudesse lhe ter.

Acordar, Christian. Tentar fazê-lo pela última vez.

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